terça-feira, 26 de abril de 2011

Perdida em mim.

Ser humano, mulher, jovem, filha, empregada, coordenadora, subordinada, líder, liderada, levita, dançarina, atriz, discípula, serva, adoradora, amiga, irmã... um dia esposa, mãe... são tantos títulos, tantas responsabilidades, tantas conquistas, tantas falhas, ah sim, tantas falhas.
Brasileira, feirense, 19 anos, cabelo liso ou ao menos costumava ser, a cor do cabelo nem sei mais definir, tantas foram às mudanças que eu esqueci como ele é originalmente. Cor da pele? Acho que algo entre pardo ou moreno, também não dá pra saber.
Os erros que me constrangem estão ali, presentes a cada dia, a cada segundo, a cada respirar. Na maior parte do tempo eu procuro esquecê-los, sufocá-los, mas, não os destruo. Preciso deles. Não! Eu preciso da lembrança deles. Não é o que dizem? Lembrar dos erros pra não cometê-los novamente? Lamento informar, mas, em alguns casos, isso não funciona.
O passado vai se empilhando à medida que o presente vai se moldando. Erros de um lado, acertos do outro, momentos pra sorrir na gaveta de cima e os momentos pra chorar dentro de uma bolsa, zipados, lacrados, fechados a chaves em um baú num canto qualquer.
Quem eu sou é um aglomerado dessas informações ou o resultado de um relatório feito por um senso comum entre minha consciência e meus interesses. Afinal, os tais títulos mencionados anteriormente são importantes. Mas, quais eu devo desenvolver bem e quais de fato desenvolvo com graciosidade? Faz diferença o que pensam quanto a isso? A quem eu devo impressionar?
Tudo se trata de mim! Em como me sinto, como me vejo, como me envolvo ou como me deixo envolver.
Ando por entre os emaranhados pensamentos e perplexa desato alguns nós, limpo algumas teias e chego até o baú inutilizado... destranco cadeados, abro alguns zíperes, mexo aqui e acolá e de repente algo é revelado e externado em lágrimas que saem sem cessar.
É tudo tão confuso, tudo que estava ali silenciado, parece gritar, berrar. Ensurdecedora é tal confusão. Sou acusada, apontada, envergonhada.
Percebo que não sou ninguém, não mereço nada. Muito embora tenha tudo e seja exuberantemente abençoada pelo Senhor.
Tento falar, mas, a tentativa é inútil. As palavras se recusam a sair.
Procuro um amigo, uma palavra de conforto talvez, e, mesmo sabendo que o conforto que desejo deve vir de Deus, naquele momento preciso ouvir mais do que falar e a confusão é tamanha em minha mente, que preciso de palavras claras, mesmo que nocivas.
Mais uma vez, e, outra vez... ninguém compreende a minha dor, e não os julgo. Como poderiam saber? Ou entender?
Devagar começo a balbuciar o que sinto, para quem eu deveria ter tentado desde o início, para Ele... choro, respiro, converso, escrevo... e entre uma lágrima e uma ação a dor começa a diminuir. Tudo parece retroceder voltar ao baú, e enfim, tudo é trancado.
Sinto-me melhor, embora ainda perdida, porém, sem lágrimas, sem dor... infelizmente, eu sei, ainda está tudo lá. Eu não estou livre disso, talvez, eu nunca me livre de mim!




{Vídeo que descreve extamente como estava me sentindo quando escrevi esse texto.}

"Estou bem, mas não posso mentir ás vezes eu me sinto desistindo"

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