domingo, 24 de outubro de 2010

Sometimes...

Ao acordar de um sonho tudo pareceu vazio, as cores ficaram foscas e os sons se tornaram mais longos e incômodos. Lembrei-me ao abrir os olhos do quanto tudo era errado naquele sonho, porém, o quanto o mesmo estava próximo da realidade. Sendo assim, será que foi algum tipo de aviso para que não fosse elevado o grau da realidade? Para que houvesse uma pausa? Para eu retornar? Ou, de outro modo, talvez tenha sido apenas um lapso insano de carência... Carência, como eu odeio essa palavra. Jurei nunca usá-la, jurei nunca senti-la, nunca possuí-la. Devo cumprir a minha promessa, feita com toda sabedoria, afinal, carência é para os fracos e depois de tudo que passei, não posso ousar-me em perder forças. Vou esquecer, deixar a poeira desse desvario cessar. Foi apenas um sonho e ao contrário do que dizem, creio eu que sonhos são apenas sonhos, não desejos escondidos no subconsciente. São simplesmente pensamentos embaralhados e desconjuntados tentando se reencontrar. Na certeza das minhas crenças e no medo de ser contrariada, vou apenas estagnar. E, a noite virá... talvez os meus pensamentos se desenrolem e tudo ficará mais nítido e o meu pesar será suave.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Como será o amanhã?

É incrível como passamos tanto tempo esperando por algo, que o fato de não tê-lo passa a não incomodar. E, é justamente nessa hora que o recebemos. Ao passarmos a conviver com a vitória nos encontramos altamente emergidos em felicidade e um pouco de tensão, sim, tensão. Ficamos tensos com o por vir, como será a partir do momento em que não se tem mais o que esperar, não naquele aspecto em que esperávamos tanto.

A tensão é um sentimento estranho, não é medo, nem tristeza, nem agonia, não é nem sequer um sentimento, apenas, tensão. Essa estranha sensação deixa nosso ânimo conturbado, nosso estado de espírito alterado, sem tirar nada do que sentimos do lugar, apenas sacolejando tudo por dentro e nos dando um tom de: “e agora?”. Quando estamos tensos, estamos na verdade hibernando; em espera; aguardando a vinda de algo que não chegamos nem cogitar a ter e na verdade nem ainda foi mensurado, pois o ápice do nosso querer foi alçando e daí tudo que nos resta é a tensão, tudo que pensamos é: “e agora?”.

Assim como em tantos outros momentos, sentimentos e sensações, quando estamos tensos, estamos em um momento propício para ativarmos algo que é capaz de organizar, reorganizar e estabilizar o nosso “eu interior”, a FÉ! E quando esse mecanismo de apenas duas letras é ativado, a tensão é facilmente controlada e por conta da estabilidade das nossas emoções, ela adormece.

A FÉ nos faz esperar por algo que nem conhecemos, e quando a programação desse mecanismo está sem danos, sem alterações, mutações, danos, arranhões ou transformações, recebemos gratuitamente a esperança, que por sua vez só vem junto à tranqüilidade e a alegria. Dádivas vindas do Senhor Jesus, Aquele em que fomos inicialmente programados para depositar a nossa FÉ.

domingo, 10 de outubro de 2010

O ato de escrever : }

Ao contrário do que recentemente declarei, sinto hoje, uma enorme necessidade de escrever, escrever e continuar a escrever.
Dizem que os bons escritores são ótimos leitores. Por isso sei, que grande escritora eu não sou. Ou talvez, eu seja uma ótima escritora, não por ler grandes livros - seja pelo seu tamanho em si ou pela fama que o compõe - mas, por ler grandes textos, pensamentos estupidamente bem expostos em linhas perfeitamente traçadas. Textos esses escritos não por escritores famosos e conhecidos, mas por grandes escritores desconhecidos por muitos, porém, bem conhecidos por mim e muitíssimo talentosos por sinal, ao menos na humilde opinião de uma pessoa qualquer.

Uma observação:

"...1 pessoa qualquer.", talvez não te motive, todavia, 1 é um número MARAVILHOSO pra mim, até mesmo para o reconhecimento e se as pessoas soubessem dar valor a 1 elogio, 1 prêmio, 1 afago, 1 carinho, talvez não houvesse tamanha discrepância entre pessoas egocêntricas e pessoas depressivas, que no final das contas estão em barcos opostos que seguem na mesma correnteza, a do desafeto.

São textos como os da Nathany Ramos ou como os da Darcy Cardoso que me fazem está acordada ás 02:16h alternando entre ler e escrever, escrever e ler, reler e reler.
Tenho uma péssima concordância entre o assunto que quero escrever e o assunto que de fato escrevo ao começar a digitar, o fato é que eu não escrevo para ter concordância com o quero escrever, e sim para ter concordância com esse louco desespero em falar sem falar, dizer sem dizer, apenas parar e deixar que o silêncio seja interrompido pelo barulhinho incessante dos meus dedos ao tocar no teclado.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Inércia :/

Tem um tempão que não escrevo e talvez um tempo ainda maior que não sinto vontade de escrever. Na verdade faz algum tempo que não sinto vontade de fazer coisa alguma, quer seja boa, quer seja ruim.
Mesmo sendo algo que normalmente amaria fazer, algo que eu detestaria perder e fugiria do fato de não possuir. Não tenho tido vontade de ser, de fazer, de ter...
E falar sobre isso me doí, não aquela dor causada por alguém que te deixou ou pelo dedo que você apertou na porta do carro. Uma dor eloquente, exigente e suficientemente grande a ponto de querer fazer brotar dos meus olhos as lágrimas tão pesadas e à tempos guardadas que insistem em não querer sair de mim. Elas batem a porta dos meus olhos e sem que se note a presença, elas se tornam ausentes, retornam ao lugar escuro onde sempre estiveram e sem mais delongas se transformam em uma pedra firmada em meu peito.
Não, não que eu esteja triste, ou que eu não esteja bem. Estou bem, mas, não estou normal. Estou bem, mas, não estou feliz.
Não consigo mais ser o melhor de mim, não tenho conseguido agir, fico estática. Estagnada nesse transtorno incomum. Consolo-me apenas em Deus e a misericórdia Dele é a única coisa que me faz inútilmente tentar, e, tentar não apenas seguir em frente, mas, ultrapassar os meus limites, desfazer essa nuvem de descaso e conformidade e revolucionar.
Contudo, aqui estou eu, tentando expôr em linhas o que não tenho conseguido expôr nas minhas orações. O medo, a angústia, a raiva, a dor, sentimentos obscuros me corroem por dentro só de imaginar que sem motivo algum não consigo agir, falar e nem ao menos sonhar.
Faz algum tempo que não tenho conseguido ser eu mesma, tudo por pretender agir como alguém que gostaria de ser e nessa pretensão, parei. E, infelizmente ainda me encontro nesse caos.