Tem um tempão que não escrevo e talvez um tempo ainda maior que não sinto vontade de escrever. Na verdade faz algum tempo que não sinto vontade de fazer coisa alguma, quer seja boa, quer seja ruim.
Mesmo sendo algo que normalmente amaria fazer, algo que eu detestaria perder e fugiria do fato de não possuir. Não tenho tido vontade de ser, de fazer, de ter...
E falar sobre isso me doí, não aquela dor causada por alguém que te deixou ou pelo dedo que você apertou na porta do carro. Uma dor eloquente, exigente e suficientemente grande a ponto de querer fazer brotar dos meus olhos as lágrimas tão pesadas e à tempos guardadas que insistem em não querer sair de mim. Elas batem a porta dos meus olhos e sem que se note a presença, elas se tornam ausentes, retornam ao lugar escuro onde sempre estiveram e sem mais delongas se transformam em uma pedra firmada em meu peito.
Não, não que eu esteja triste, ou que eu não esteja bem. Estou bem, mas, não estou normal. Estou bem, mas, não estou feliz.
Não consigo mais ser o melhor de mim, não tenho conseguido agir, fico estática. Estagnada nesse transtorno incomum. Consolo-me apenas em Deus e a misericórdia Dele é a única coisa que me faz inútilmente tentar, e, tentar não apenas seguir em frente, mas, ultrapassar os meus limites, desfazer essa nuvem de descaso e conformidade e revolucionar.
Contudo, aqui estou eu, tentando expôr em linhas o que não tenho conseguido expôr nas minhas orações. O medo, a angústia, a raiva, a dor, sentimentos obscuros me corroem por dentro só de imaginar que sem motivo algum não consigo agir, falar e nem ao menos sonhar.
Faz algum tempo que não tenho conseguido ser eu mesma, tudo por pretender agir como alguém que gostaria de ser e nessa pretensão, parei. E, infelizmente ainda me encontro nesse caos.
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